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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Leve desconforto

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Me sinto estranha na minha própria pele, como se eu não pertencesse a ela, vontade de rasgá-la e explodir de dentro para fora, gritando o sufocamento que sinto Não me pertenço em mim mesma, não me reconheço em mim mesma, sinto um desconforto que incomoda mas não me mobiliza a mudar, nem saberia por onde começar esta mudança. Sensação de não viver minha vida, sensação de ver a vida passando e eu assistindo como telespectadora de mim mesma.

esborço de uma relação

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escultura "amor" de Alexander Milov 2015 Éramos dois adultos com cabeça de criança, ou duas crianças brincando de ser adulto. Brincávamos de casinha, eu sendo a esposa e ele o esposo sem saber exatamente qual a função de cada um. O amor não era exatamente um amor, era só um ensaio do que poderia ser, já que ambos nunca tinham sido amados na vida, não sabiam como expressá-lo e qual a medida certa para tal. Tudo era experimento, tudo era novo como o mundo para a criança, tudo era tentativa e erro, só que com consequências reais. Até o momento onde os erros se tornaram maiores que o próprio amor; e este não conseguiu se sustentar por ser muito novo, frágil, instável. A relação se tornou um presídio, já não era mais tão divertido brincar de casinha, brincar de ter uma família - com as noções de família que cada um trazia - era pesado, maçante e até perigoso; arriscado alguém se ferir (de todas as formas possíveis).  E então eis que brincadeira se acaba com inúm...
Como posso sentir mais conforto nas brigas do que num convívio harmonioso?  A sensação de familiaridade - de lar - habita nos confrontos... É o que conheço desde pequena; é como eu aprendi a me relacionar. Não me relacionar assim faz minha vida vazia, pois não consigo ocupar minha mente com algo que demanda tanta energia como uma briga: elaborando frases e situações diversas para uma mesma discussão- arquitetando situações; remoer, me incomodar, enraivecer-me, odiar, me desgastar, ocupar a cabeça que agora não há com o que preencher. Será que sentia um certo prazer masoquista nisto? Com que tipo de prazer posso substituir? Será que me importo o bastante para substituir?