Insanidade Construtiva

Sou assombrada por duas sombras, silhuetas que me seguem, me perseguem, a espreita para me atacar; mas à luz do dia elas se esvaiem, ficando só a sensação de que alguém passou por aqui e a dor do vazio. Fecho os olhos e as silhuetas agora não são mais sombra, adquirem cor, rosto, forma, focinho, jeitos e trejeitos... A dor não diminui e as sombras continuam a me assombrar. Já não sei mais o que é pior: ser ou não ser assombrada.

Você foi embora e deixou marcas não só físicas como emocionais: não é só o braço que estar roxo, meu coração também estar roxo de dor, apertado; não é só o braço que estar todo arranhado, meu coração estar rasgado com a sua ausência; não é só na pele que você me deixará marcas, dentro de mim já tem marcas suas desde o dia em que se tornou meu. Chegar em casa e ser recebida por sua ausência, sentir o vazio preenchendo o espaço que antes era seu, o silêncio que ficou é ensurdecedor, incomodada. Você faz falta!!!