O Demônio
De repente escuto um som de portão: são as portas do inferno se abrindo para o Demônio Mor chegar em seu veículo cor de sangue das vítimas que ela sugou suas vidas, ouço seus passos pela casa, vai até a cozinha e fala com sua súdita, uma escrava submissa e amedrontada como todos os que convivem com ela. Conversam por algum momento, ou melhor a súdita lhe responde com "sim, senhora/não, senhora" exatamente como o Demônio a ensinou para lhe poupar sua alma, ouço seus passos se aproximando, estremeço de raiva - não de medo- sou a única que não a temo e por isto a enfrento deixando-a enfurecida de ódio (que é a unica coisa que temos em comum, o ódio uma pela outra ), meu pedacinho de céu estar comigo para me proteger de suas garras e não me deixar enlouquecer neste inferno que não pedi para nascer, estar comigo para me mostrar o que é uma relação saudável e o que é o amor, pois onde nasci e vivi só se encontra reprovação, cupabilização, rancor, mágoa e ÓDIO...