Armário
Eu me sentia dentro do armário, como os homossexuais sentem antes de se assumirem, a minha infância inteira sufocada com uma personalidade que não era minha e sim, o que minha mãe queria que eu fosse: a bonequinha, a meiguinha, a fofa… fiquei ali no armário por anos sufocada e batendo pra que alguém abrisse. Um dia abriram: meu outro eu adolescente, rebelde, porra-louca, desbocada, debochada, irônica, sincera e direta. E me deu a mão e me guardou, a criança interior com bronquite asmática, dentro dela.
A sensação foi de retirar a segunda pele do corpo e o novo surgir como uma borboleta de um casulo, agora me sentia eu, uma coisa intrínseca que nunca iria embora, genuíno e que eu não podia negar, era eu e me abracei me aceitando por inteira. Agora ninguém poderia me deter, e se não gostasse que se foda, eu me amo!!!!
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