Insanidade, Construtiva(?)

As vezes me perco em pensamentos, pensamentos confusos, misturados... Fico pensando se o modo como vejo o mundo esta certo ou errado - apesar de sempre me questionar o que é certo e errado - me questiono se não é muita fantasia ver da forma como vejo e se não está na hora de... crescer (?) e, talvez, deixar de ter tantos "príncipios", "morais", "valores" (sempre vendo que tudo isto são conceitos que varia de pessoa para pessoa), de encarar a realidade capitalista e começar a pensar em dinheiro, status e assumir que a vida é uma eterna competição? Que, talvez, esta história de correr atrás da felicidade e da relização interna, de procurar a paz interior e se sentir completa... talvez não seja o suficiente (será?)

Já ouvi muito a frase: "você pensa demais" e no fim do ano passado foi mais enfatizante chegando a irritar!!! Mas é uma coisa que não consigo evitar: eu tenho uma alma inquieta, questionadora, ansiosa por respostas que repudia o cotidiano, o "normal", o comum, que necessita refletir!!! Sou intensa, nas coisas que faço, falo e sinto. Foi para isto que Deus me deu um cérebro, para pensar, filosofar, questionar, refletir... Não gosto de ser só mais uma na sociedade, que tenta nos transformar em robôs, aceitando tudo que é nos é imposto, ocupados demais com as nossas próprias vidas para perceber o que realmente importa: pequenas atitudes, uma palavra dita na hora certa, um silêncio que diz mais que mil palavras, a sinceridade, honestidade consigo mesmo, o respeito - a si mesmo, as diferenças dos outros, aos seus próprios limites (até onde você consegue ir ou não) -, tolerância, percepção de ver a beleza e bondade até onde não transpareça...

Ver o mundo como uma eterna competição: para sermos os melhores, termos os melhores postos na sociedade, sermos os mais ricos, os mais belos, os mais populares... me entristece!!! Não vejo deste forma, Darwin que me desculpe mas não acho que as plantas, animais, seres humanos... estão competindo por um espaço, numa batalha eterna e incansável de que vença o melhor. Prefiro acreditar em uma interação, numa interdependencia entre os seres vivos, uma ajuda para juntos evoluírem e co-existirem. A ajuda nem sempre é indolor: se não existisse um inseto para atacar a planta ela nunca produziria toxinas para se proteger ou cresceria infinitamente sem dar espaço para que outras espécies habitassem naquele local. Não acho que precisamos competir pelo nosso espaço, nosso espaço já está guardado, precisamos simplesmente conquistá-lo aos poucos e os impecilhos é que nos ajuda na travessia e nos deixa mais fortes para quando chegarmos sabermos o que fazer ou deixar de fazer.

Aprendemos melhor com a dor do que com a alegria, pois a alegria é um sentimento bom que nos entorpece, nos anestesia e não conseguimos distinguir o que era para ser aprendido. Já a dor é um sentimento negativo que evitamos, é por isto que aprendemos melhor com os erros, pois, querendo evitar o sofrimento, vem o impeto de acertar, de fazer diferente, de melhorar. Quando só acertamos... não tem muito o que fazer a não ser continuar acertando...

A natureza tem um ótimo exemplo para isto: se não acontecesse erros no código genético não existiria a diversidade dos seres vivos, desde uma simples bactéria (ou vírus) até o complexo ser humano, não existiria evolução e todos seriamos os mesmo (que sem graça!). E o que mais me intriga é que todos os seres vivos são constituídos da mesma molécula de DNA, muito simples, com 4 bases nitrogenadas diferentes, o que muda é a interação destas moléculas para formar ou um simples microorganismo unicelular ao mais complexo animal da face da Terra! Outro exemplo, não científico, são as palavras: no nosso alfabeto existem somente 23 letras, mas a junção destas constituem infinitas palavras e o universo de textos que podemos criar pela simples interação de letras que produzem palavras que, em uma frase, pode ter vários significados... É magnífico!!!

A vida é tão bela! E as regras para se viver são tão simples!!!! Apesar da complexidade de suas interações. O ser humano é quem teima em complicá-la. Estamos de passagem e precisamos aprender com o "ser" mais sábio da Terra: a natureza. Na verdade, o complicado é a interação das escolhas, ações, pessoas, conhecimentos, sentimentos... que temos e vivemos. É que tudo se entrelaça, as interações são interdependentes e é isto que fica confuso pois, se não tivermos o cuidado da percepção, quando percebemos estamos enovelados, emaranhados em nós mesmos, em nossas próprias escolhas e suas interações, em nossas atitudes, pensamentos, contradições...

E é complicado mesmo saber que direção tomar, que atitudes tomar e que palavras dizer quando nos perdemos. Quando nos perdemos no meio a tantos questionamentos e a tanta pressão - mais externa do que interna - te dizendo a toda hora que você está errado, que você precisa mudar, que não adianta se esforçar para fazer as coisas "certas" pois sempre vai aparecer alguém que simplesmente não se importa. E você se cansa: é exaustivo ir contra a maré, as vezes da vontade de simplesmente deixar ser levado e ser mais um na mutidão e ir contra aquilo que você acredita e sente, pois tudo parece dizer que é errado! Mas aí... você se desrespeita com atitudes assim: quando começa a desacreditar em você mesmo, você se força, além dos seus limites, mesmo sabendo que não está preparado. E, se você mesmo, a pessoa que se conhece melhor, não acreditar em você, não se respeitar... Quem mais o fará?




Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante do que a velocidade!


 escrito dia 03/01/11

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