Alice, no país das maravilhas

o Coelho murmurar para si mesmo, “Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Estou muito atrasado!”[...]Então, ardendo de curiosidade, ela correu atrás dele campo afora [...]Alice entrou na toca atrás dele, sem ao menos pensar em como é que iria sair dali depois.
[...]
“Ai, meu Deus! Como tudo está esquisito hoje! E pensar que ontem tudo estava normal. Será que eu mudei durante a noite? Vamos ver: eu era a mesma quando me levantei esta manhã? Estou quase me recordando que me sentia um pouquinho diferente. Mas, se eu não sou mais a mesma, a pergunta é: ‘Quem afinal eu sou’? Ah, aí é que está o problema!”
[..]
oh, meu Deus, como é complicado isso tudo! Quero saber se ainda sei tudo o que sabia.[..] Não, está tudo errado, tenho certeza!
[..]
‘Quem sou eu, então? Respondam-me primeiro, e então, se eu gostar de ser essa pessoa, voltarei; se não, ficarei aqui embaixo até que eu seja outra’[..]Estou tão cansada de ficar sozinha aqui!”
[...]
bastante assustada com a súbita mudança, mas muito satisfeita por estar ainda existindo.
[...]
“Seria melhor não ter chorado tanto!” lamentou-se Alice enquanto nadava, tentando sair dali. “Parece que serei punida agora por isso, afogando-me em minhas próprias lágrimas! Será uma coisa esquisita, com certeza! Mas tudo está muito esquisito hoje.”
[..]“Fique quieta, mãe!” replicou a jovem Carangueja, com certa petulância. “Você faz até uma ostra perder a paciência!”
[...]
mas eu tenho certeza que ela é a melhor gata do mundo! Ah, querida Diná, será que algum dia vou ver você de novo?” E então a pobre Alice recomeçou a chorar, porque se sentia muito sozinha e deprimida.
[...]
Espero crescer de novo, pois estou realmente cansada de ser uma coisinha tão pequena!”
[...]
“agora não posso fazer mais nada, aconteça o que acontecer. O que será de mim?”
[...]
porém, ainda estava muito desconfortável, e como não lhe parecia existir nenhuma chance de sair daquele quarto, naturalmente ela se sentia infeliz.
[...]
“Era muito mais agradável [...]“quando não se ficava crescendo e diminuindo o tempo todo,[...] Eu quase desejaria não ter entrado na toca do coelho... apesar disso... apesar disso... é bem curioso, sabe, este tipo de vida! Eu queria saber o que foi que aconteceu comigo. [...] mas, agora, eis-me no meio de uma história dessas! [...]Mas eu já cresci”
[...]
Deve ser reconfortante, por um lado, nunca ser velha... mas então... ter sempre lições para aprender?[...]“Como você poderia ter lições aqui? Ora, quase não tem espaço para você, [...] E assim continuou, de um lado formulando perguntas, de outro respondendo, como se conversasse consigo mesma. Mas de repente ouviu uma voz do lado de fora e parou para escutar.
[...]
Porém ela correu o mais rápido que pôde e logo se achou a salvo em um bosque fechado. [...]Acho que este é o melhor plano.” Parecia um plano excelente, sem dúvida, muito simples e bem organizado: a única dificuldade era que ela não fazia a menor idéia de como realizá-lo.[...]Quase me esqueci que tenho de crescer outra vez! Deixe-me ver... como se faz isso? [...]mas a grande questão é ‘O quê?’ A grande questão certamente era “O quê?”.
[...]
“Eu... já nem sei, minha senhora, nesse momento... Bem, eu sei quem eu era quando acordei esta manhã, mas acho que mudei tantas vezes desde então...”[...]“Acho que eu mesma não posso me explicar melhor, senhora”, disse Alice, “porque eu não sou eu mesma, compreende?”[...]“porque eu mesma não posso entender, para começar...ter tantos tamanhos diferentes em um só dia é muito confuso.”[...] “Bem, talvez a senhora ainda não tenha passado por isso”, disse Alice,[...] “Bem, talvez os seus sentimentos sejam diferentes”, disse Alice, “mas o que sei é que tudo isso parece muito estranho para mim.”[...] “Oh, não faço questão do tamanho”, respondeu Alice prontamente, “mas ninguém gosta de ficar mudando tanto assim, a senhora sabe.”
[...]
Esta idéia era tão nova para Alice que ela ficou em silêncio
[...]
Fazia tanto tempo que ela não tinha o seu tamanho normal que a princípio sentiu-se um pouco estranha. Mas logo se habituou e, como de costume, começou a conversar consigo mesma: “Muito bem, já realizei metade do meu plano! Que confusão, essas mudanças todas! Nunca sei o que vai me acontecer de um momento para o outro!
[...]
“Mas e eu, como devo fazer?” falou Alice. “Como você quiser”, disse o Mordomo
[...]
“Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?” “Depende muito de onde você quer chegar”, disse o Gato. “Não me importa muito onde...” foi dizendo Alice. “Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá”, disse o Gato. ...desde que eu chegue a algum lugar”, acrescentou Alice, explicando.“Oh, esteja certa de que isso ocorrerá”, falou o Gato, “desde que você caminhe o bastante.”
[...]
Visite ou um ou outro: ambos são loucos.” “Mas eu não quero me encontrar com gente louca”, observou Alice. “Oh, não se pode evitar”, disse o Gato, “todos são loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca.”“Como sabe que eu sou louca?” indagou Alice. “Você deve ser”, respondeu o Gato, “ou então não teria vindo aqui.”
[...]
“Eu digo o que penso”, Alice apressou-se em dizer, “ou, pelo menos... pelo menos eu penso o que digo... é a mesma coisa, não é?” “Não é a mesma coisa de jeito nenhum!”[...]“Assim você afirmaria”, acrescentou a Lebre de Março, “que ‘gosto daquilo que tenho’ é a mesma coisa que ‘tenho aquilo de que gosto’!”
[...]
Alice suspirou enfadada. “Acho que você deveria aproveitar melhor o tempo”, disse ela, “em vez de gastá-lo com adivinhações sem resposta.”
[...]
Esta indelicadeza ia além do que Alice podia suportar: indignada, levantou-se e caminhou, afastando-se dali.[...] e nenhum dos outros prestou a menor atenção à sua saída
[...]
“E então”, pensou, “o que será de mim? Eles são loucos para decapitar as pessoas! É de espantar que ainda reste alguém vivo!”
[...]
“Você está pensando em algo, minha querida, e isso faz você se esquecer de falar. Não posso lhe dizer agora qual a moral disso, mas daqui a pouco me lembrarei.” “Talvez não tenha nenhuma”, Alice arriscou-se a observar. “Ora, ora, minha criança!” disse a Duquesa. “Tudo tem uma moral, basta saber encontrá-la.”[...] “e a moral disso é... ‘O amor, o amor que faz girar o mundo!’” “Ouvi alguém dizer”, murmurou Alice, “que isso ocorre quando cada um cuida de seus próprios interesses!” “Exatamente! Quer dizer a mesma coisa”, falou a Duquesa,
[...]
“Como ela gosta de achar uma moral em tudo!” pensou Alice com seus botões.[...] “Pensando outra vez?” perguntou a Duquesa,[...]“Tenho o direito de pensar”, redargüiu Alice com rispidez, pois estava começando a ficar irritada.
[...]
Era uma idéia tão nova para Alice que ela teve de pensar um pouco antes de fazer outro comentário.
[...]
Alice teve uma sensação muito estranha, que a deixou muito embaraçada até que descobrisse do que se tratava: estava começando a crescer outra vez.[...]  “Mal posso respirar.”“Não posso fazer nada”, disse Alice docemente: “Estou crescendo.” “Você não tem o direito de crescer aqui”,[...]“Não diga besteira”, disse Alice com mais firmeza: “Você sabe que também está crescendo.” “Sim, mas eu cresço em um ritmo razoável”, afirmou o Dormidongo, “não desse modo ridículo.”
[...]
“temos um problema a menos, pois não precisaremos tentar encontrar um. Mas não sei”, contas, algum sentido eu vejo aqui.
[...]
Continuou ali sentada, com os olhos fechados, quase acreditando estar no País das Maravilhas, mas sabendo que bastaria abrir de novo os olhos e tudo voltaria à prosaica realidade[...]Por fim, ela imaginou como seria sua irmãzinha quando, no futuro, se transformasse em uma mulher adulta; e como conservaria, com o avançar dos anos, o coração simples e afetuoso da infância;







 escrito dia 07/02/11

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