Ser ou estar? Eis a questão

Uma vez, em uma aula na faculdade, um professor nos perguntou qual seria o conceito de espécie. Cada um respondeu com um ou vários conceitos sobre o que definiria ser uma espécie. Foi quando ele disse que, se pararmos para pensarmos, não SOMOS uma espécie, ESTAMOS uma espécie. Pois se levarmos em consideração que as espécies são mutáveis e evoluem ao longo do tempo e que estas podem se transformar em subespécies que podem se transformar em gênero... então não existiria o ser uma espécie e sim o estar uma espécie naquele determinado espaço de tempo.

Seguindo esta linha de raciocínio, não se pode afirmar, como pessoa, que “somos isto ou aquilo, que nunca fomos deste ou daquele jeito ou nunca seremos assim ou assado”, pois não somos, ESTAMOS - as vezes por um breve momento, até  inconscientemente talvez - daquele determinado jeito, com aquelas determinadas atitudes, angustias, sentimentos...  E cada atitude, cada palavra dita e não dita, cada oportunidade perdida ou aproveitada, cada sentimento... constroem a pessoa que somos, ou seja, somos uma pessoa em constante construção/mutação. A cada momento estamos de um jeito diferente influenciado por nossas vivencias e pelos estímulos externos que recebemos e que despertam certas atitudes, certos desejos, certas sensações, sentimentos... que, as vezes nem mesmo sabíamos existir dentro de nós! E o conjunto do estar, e a constância com que alguns estar se repetem, acaba gerando o ser ao final.

É preciso se conhecer bastante e tomar cuidado para que um breve momento de estar não se torne constante o suficiente ao ponto de se tornar um ser permanente, dependendo do que queremos para nós!


escrito dia 28/01/11

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