Relação materna
Acordo com adrenalina no corpo e o cortisol no sangue a bombear ligeiro meu coração, alguém no fundo gritando comigo, olho atordoada sem saber muito o que fazer: é pra atacar ou me defender? Não sei ao certo mas meu corpo se prepara, meu cérebro espera uma ação para reagir. Percebo minha mãe gritando sobre minhas roupas - pra isso me acordou? - eu disse que sua diarista colocou aí. Ela quer respostas, e quer agora: é pra lavar? - Pq a urgência? Ela quer brigar - quem tá pedindo isso? Ela esfrega na minha cara e diz que eu quis tudo isso. O cérebro reage- é um inimigo ataque! Eu explodo: falo que ela veio me acordar só pra causar uma briga, viciada em brigas, grito , me descontrolo…
E na cabeça doentia dela, ela ganhou essa batalha, então sai triunfante e não fala mais comigo o dia inteiro.
A sensação de acordar desse jeito é como em filme de guerra, onde há o campo de concentração onde todos dormiam e, em uma determinada hora você é acordado sendo alertado de um bombardeio, só que no meu caso o bombardeio já teria me alcançado, são as palavras duras e cruéis da minha mãe, nos filmes as pessoas estão preparadas a qualquer momento para fugir, já eu não tenho como, o inimigo está na minha frente, em cima de mim , agressivo e tenho que pensar rápido para agir senão serei atingida, então ataco com palavras tão agressivas e cruéis como as dela e me defendo com palavras duras como um escudo falando verdades nuas e cruas que ninguém quer engolir então, enfio goela a baixo como uma granada soltando o pino nos dentes e deixo a verdade fazer efeito, ela explode numa ira narcísica, toda destabilizada e dessa vez, sou eu quem venço a batalha.
E entre batalhas nossa relação é construída, ou destruída, numa guerra infinita…!!!
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