amor X compreensão da loucura

"O amor, como a vida, é muito mais complicado do que costumam ensinar. [...]

[...] A compreensão num nível abstrato não se traduz necessariamente numa compreensão no nível prático. [...] à possibilidade de qualquer pessoa que não sofra dessa doença poder realmente compreendê-la. [...] irracional esperar o tipo de aceitação dela que se almeja com tanto desespero. Não se trata de uma doença que se preste facilmente à empatia. Uma vez que um estado irrequieto ou desgastado se transforme em raiva, violência ou psicose. [...] O que vivencio como algo fora do meu controle pode lhe parecer proposital e assustador. Nessas ocasiões, é impossível que eu consiga transmitir meu desespero e minha dor. Depois, é ainda mais difícil a recuperação dos atos danosos e das palavras medonha.

Nenhuma quantidade de amor pode curar a loucura ou iluminar nossas melancolias profundas. O amor pode ajudar, pode tornar a dor mais tolerável [...] A loucura, por outro lado, sem a menor dúvida e com frequência consegue destruir o amor através da sua desconfiança, do seu pessimismo implacável, das suas insatisfações, do comportamento imprevisível e, especialmente, dos seus estados irracionais.[...]

Lembrando, em meio ao tumulto da cena,
 O amor a observar a Loucura com o semblante imperturbável
Byron

Se o amor não é a cura, ele sem dúvida pode atuar como um remédio muito eficaz [...]"

Uma mente inquieta
Kay Redfield Jamison
pagina 204 a 207

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