Vampiro

Para ele, fui só mais uma - noiva da noite - que ele não conseguiu completar a tarefa. Para mim, ele se tornou em uma maldição que me chama ao seu dispor e mesmo longe - e mesmo nem se lembrando de mim - sinto uma ligação, uma dependência, uma necessidade que não consigo saciar. Fui hipnotizada, amaldiçoada e não consigo sair deste pesadelo.
Transformei-me naquilo que mais tentei fugir e ele, ao menos, sabe da minha existência, me transformou em um só toque e foi embora me deixando nas trevas, no escuro, tendo que aprender sozinha a lidar com tudo o que ele deixou - ou tirou - de mim.
Aos poucos percebi mudanças: a comida que me alimentava começou a não me satisfazer, comecei a não conseguir gozar do seu sabor mesmo almejando-a, comecei a colocar para fora tudo o que antes me nutria, comecei a enfraquecer, prostrada na cama, sem forças para sobre-viver. A respiração ficou ofegante e comecei a trocar os turnos.
Chego ao amanhecer e durmo até o anoitecer - a noite se transforma na minha "amiga" - e quando não saio a noite fico inquieta, ansiosa porque sei que ele me perturbará e não me deixará descansar, não agüento esta vida - ou quase-vida - que me encontro prisioneira: prisioneira das trevas, da noite, do mal que fui transformada..."
Inspirada na literatura Drácula de Bram stocker
Baseada em uma experiência pessoal.
*meu último suspiro em relação a este tema. Com esta ultima postagem fecho um capítulo da minha vida para que outros apareçam.
Escrito em julho de 2011
Escrito em julho de 2011
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